sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Relato de Parto – Cesárea

IMG_0238 Antes de falar da minha experiência quero dizer que cada parto é um parto, o que eu disser aqui não necessariamente irá acontecer com você tá?!

Meu parto foi extremamente programado, a Manu nasceu exatamente com 38 semanas, em uma linda quarta-feira de sol, às 15h16 para ser mais exata.

A cirurgia não foi minha opção, fui induzida pelo meu médico por eu ser Streptococcus Positivo eu conto mais sobre isso nesse post – http://www.papomaternidade.com.br/2014/05/o-exame-deu-strepcoccus-positivo-e.html

No dia foi assim, cheguei às 7h da manhã e meu parto estava agendado para as 12h. Eu tive que chegar um pouco mais cedo para tomar algumas doses de antibiótico por conta do strepto. Estava em jejum desde as 22h da noite anterior, mas a ansiedade boa era tão grande que confesso que não senti fome.

Tirei toda a roupa e fiquei com aquele avental chatinho, além de uma touca que não era a última moda em Paris com certeza rs. Despedi-me da família e entrei por uma portinha que só eu e a enfermeira podíamos entrar. Ali eu também me despedia da minha antiga vida e sabia que começava uma nova, que eu não fazia ideia de como seria.

Fui para uma sala que lembra muito a ala de medicação de pronto-socorro, cheio de grávidas tomando remédios ou em macas, cada uma por um motivo. Tinha grávida com a bolsa estourada, com sangramento, com contração e eu, sem nada, só tomando meu antibiótico (senti muita falta do meu celular nessa hora rs).

Confesso que a agulha que eles colocaram para medicação e que ficaria comigo até a minha saída do hospital doeu um pouco, acho que foi a parte mais chatinha de tudo.

Chegou a hora marcada para o parto e nada, deu overbooking de grávidas e não tinha centro cirúrgico livre para mim. Eu que não estava muito ansiosa, mas confesso que comecei a ficar, por que não sabia quando o show ia começar. Fiquei três horas revezando entre deitada e sentada em uma maca, escondida por uma cortininha.

De repetente veio meu médico e me disse que havia conseguido uma sala de cirurgia e que em breve vinha me buscar. Quando as enfermeiras vieram o coração acelerou, mas ao mesmo tempo eu senti uma paz imensa. Era hora de virar mamãe!

O médico me explicou como seria a cirurgia, um pouco do pós-operatório e dos procedimentos que faríamos. Veio o anestesista e conversou comigo, me explico como era a injeção, que ela era mais fina do antigamente, apesar de ser nas costas era só a sensação de uma picada, que eu não sentiria minhas pernas por algumas horas e gradativamente meus movimentos voltariam.

IMG_0229 Eu realmente não senti quase nada com a injeção nas costas, foi bem tranquilo mesmo. Eu havia feito dela um bicho de sete cabeças, mas na prática foi como uma injeção comum.

Eu comecei a não sentir minhas pernas, eles colocaram a sonda, amarraram o meu braço a dois suportes (fiquei na posição de cristo redentor) e deixaram meu marido entrar.

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Como foi o parto? Eu não sei, eu não vi rs. Eu só sei que 15 minutos depois a Manu vinha ao mundo, com a carinha mais inchada, lambuzada e linda do mundo.

 IMG_0242 Tiramos algumas fotos e meu marido foi convidado a se retirar, pois eles começariam a dar os pontos e dar aquela arrumada na bagunça. Levaram a Manu para fazer os testes e ela desceu para o berçário um pouco depois que voltei para o quarto, umas três horas depois da cirurgia. Essa parte foi um pouco estranha, você fica ali deitada, não pode se mexer, as enfermeiras ficam conversando e você querendo sair, ver seu bebê, mas não pode, tem que esperar.

Fui levada para uma sala de recuperação cheia de grávidas no pós-operatório. No hospital onde a Manu nasceu, você fica nessa sala até a hora que começa a voltar os movimentos da sua perna, só depois vai para o quarto. Foi um pouco incomodo por que eu tomei morfina (acho que toda grávida toma, não tenho certeza) e senti uma coceira danada, me explicaram que era uma reação normal.

Não sei por que eu ficava lembrando o filme Kill Bill. Quando a personagem da Uma Thurman sai do coma e não conseguia andar e ela olhava para o pé e ficava mandando os dedos se mexerem, eu fazia a mesma coisa rs.

Fui para o quarto duas horas depois do parto, ainda muito cansada e com fome, mas sem coceira, pois já tinha melhorado. Eu não sentia dor, mas sentia certa pressão no ventre.

IMG_0259A Manu veio para o quarto uns 30 minutos depois que eu cheguei e enfim fomos apresentadas formalmente rs. A enfermeira veio me ensinar a dar de mamar, os passos para não deixar o leite empedrar (nada de tomar banho quente e deixar a água caindo em cima do peito). E orientou com todas as informações que eu precisava saber sobre esse procedimento tão desconhecido até então. Eu não tive muito sucesso, mas tentei bastante.

IMG_0277Tem uma parte que é esquisita, depois que o bebê nasce a gente fica menstruada automaticamente, fiquei com um tipo de pano dobrado para conter o sangramento, como se fosse uma fralda. Sentia-me um pouco suja.

Eu rezava por um banho e meu desejo se realizou. Eu pude colocar um absorvente normal e um pijaminha. Já coloquei também a cinta com a ajuda das enfermeiras, mas tirava para dormir. No mesmo dia do parto o meu médico veio me ver a noite, olhou os pontos e me passou todas as orientações para aquela fase.

Fiquei três dias no hospital, nesse período eu não senti dor, nem incomodo, foi tudo muito bem. Era só difícil dormir por que ou a Manu acordava para tentar mamar ou entrava uma enfermeira para me dar remédio. Foi bem cansativo!

E no sábado, após o almoço ganhamos alta e partimos eu, meu marido e a Manu, nada prontos e sem a menor ideia de como as coisas funcionariam, mas cheios de amor e coragem <3

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