Quando engravidei, totalmente planejado e de caso pensado, minha empresa, uma microempresa do ramo de festas, estava recebendo uma consultoria, e ao contar para o consultor ouvi dele: “Péssimo momento para a empresa”. Me peguei pensando nisso por alguns dias, e depois concluí que qualquer momento que eu engravidasse seria um mau momento para a empresa. Afinal, numa ME pequena como a Tuty, minha presença e liderança é vital.
A questão é que se ficasse esperando pelo melhor momento ele poderia não chegar nunca. Afinal, a tendência é que a empresa cresça, você trabalhe mais, e o momento perfeito para ter um filho nunca vai chegar. Foi pensando assim que decidimos ter um bebê, mesmo com a empresa em franca expansão.
Não foi fácil, nunca é, mas cada dia mais tenho a certeza que tomei a decisão certa. Levei uma rasteira, outra rasteira e tive que me segurar antes mesmo de a bebê nascer, afinal as duas pessoas que deveriam me substituir na parte mais operacional pediram demissão às vésperas, e de repente me vi grávida de 9 meses e sem poder fazer nada a respeito. O que eu fiz? Arregacei as mangas e abracei a causa. Era meu bebê nascendo. Era minha empresa crescendo. Tive que lidar com as duas coisas ao mesmo tempo.
Quando Alice nasceu eu já estava trabalhando de casa há um mês. Ela nasceu na manhã de uma sexta-feira, e na segunda lá estava eu com o notebook no colo enquanto ela dormia. No quarto dela eu tinha uma bancada para trabalhar enquanto ela tirava seus cochilos diurnos, mas logo percebi que o barulho do teclado atrapalhava seu sono. Recorri então à babá eletrônica e ficava na sala, com um olho no peixe e outro no gato.
Voltei para o escritório quando ela tinha 2 meses, e a levei comigo, todos os dias, até 7 meses e meio. Nessa época não tava mais rolando e ela precisava de muito mais atenção do que eu conseguia dar enquanto trabalhava. Foi quando optei por meio período na escolinha.
Hoje Alice tem 1 ano e 9 meses, vai para a escola em período integral, e funcionamos bem assim. A empresa vai bem, obrigada. Sobreviveu à minha ausência, à minha presença temporária e agora me tem de volta com dedicação quase exclusiva. Quase, porque afinal a gente não deixa de ser mãe nunca, e a qualquer febrinha eu volto a largar tudo por aqui e correr para ficar com minha pituquinha.
Se você vive um dilema parecido, sobre ter ou não um filho tendo uma empresa, meu conselho é: vai fundo! O mundo se ajeita, tudo entra nos eixos, a gente aprende a se virar, a se desdobrar em 10, 20, 30 e dar conta de tudo, mesmo que não seja com a maestria que esperávamos. E ainda temos o benefício de, muitas vezes, no meio do expediente, contar com o sorriso gostoso do nosso bebê.
Nenhum comentário:
Postar um comentário