terça-feira, 2 de setembro de 2014
Dicas para lidar com a manha ou dizer não aos filhos
Se essa foto fosse um vídeo vocês me ouviriam dizer “Manuela do céu, desce daí, como é que você subiu? Você vai cair, desce agora!” E depois teriam visto a Manu chorar um bocado e fazer um super show.
Eu comecei a ter que lidar com a manha e ainda não sei direito como dizer não a um bebê que não entende exatamente o que eu digo e que não sabe expressar o que ele sente. Por isso, fui conversar com uma pedagoga da escolinha da Manu e entender como eles lidavam com isso. Ela me disse que base de tudo é o diálogo e a rotina estruturada da escola, e que os pais de hoje tem pouca paciência para conversar com seus filhos e suas vidas são tão corridas, que permitem pouco tempo para organizar uma rotina.
Pedi então algumas dicas para replicar o diálogo em casa e resolvi dividir com vocês aqui do blog o que aprendi. Ela falou que existem quatro tipos de pai:
· Ditador: é o pai que educa na base da punição, com castigo, palmadas e a voz alterada, impondo o medo como base de respeito.
Exemplo bebê: ele joga algo no chão e o pai grita e diz, “não pode, que feio”, mas não explica. Exemplo criança: o filho joga algo de propósito no chão, o pai não explica nada e já pune, “vá para o seu quarto, você está de castigo”.
· Pai Criança: é aquele que age igual ao filho, se o filho grita ele grita e se bate ele bate e por ai vai. Esse não precisa de exemplo né?
· Permissivo: é aquele que acha que o filho é só uma criança e prefere não repreender, deixa as coisas como estão.
Exemplo bebê: ele joga algo no chão e o pai vai lá e pega, dá um beijo no bebê, brinca e ignora a situação. Exemplo criança: o filho joga algo de propósito no chão, o pai não fala nada ou fala algo como “ele não fez por mal, é só uma criança, está brincando”.
· Educador: é o pai que resolve com o diálogo e que argumenta. Esse pai também tenta atuar como ator vez ou outra, fingindo não ligar muito para determinada atitude, direcionando a manha para outro assunto. Esse seria o melhor modelo a seguir.
Exemplo bebê: ele joga algo no chão e o pai diz “filho, o lápis da mamãe fica em cima da mesa, coloca em cima da mesa, por favor,”. Se o bebê não colocar, você pega a mãozinha dele e o faz pegar o lápis e colocar em cima da mesa (mesmo que ele chore). Depois que ele fizer isso, você olha no olho da criança e explica “não pode jogar o lápis da mamãe no chão por que quebra a ponta, a mamãe não joga os seus brinquedos no chão, por que você fez isso?” O bebê até uns dois anos não vai responder, mas a semente do diálogo está sendo plantada.Exemplo criança: o filho bateu uma porta como forma de demonstrar raiva por alguma negativa dos pais. O pai deve fingir que o bater da porta não incomodou e dizer calmamente algo como “filho, o vizinho pode ficar bravo por que você bateu a porta e vir aqui querer saber quem é que está fazendo barulho, eu vou ter que dizer que foi você. Acho melhor não fazer isso de novo”.
Uma dica que ela deu foi permitir a birra, parece estranho, mas acho que funciona. Ela disse assim, que se uma criança disser “eu não vou colocar esse sapato” e começar a se debater diga “tudo bem, se você não quer usar o sapato você pode ir descalço, mas você vai sujar o seu pé, pode machucar com alguma coisa no chão, um cachorro pode ter feito xixi ali e você vai pisar. A mamãe vai com sapato, olha como o meu é bonito. O seu também é muito bonito, vamos com ele?”.
Outra dica, ao tentar conversar com o seu filho, bebê ou criança e ele começar a chorar você deve olhar para ele e dizer “não há motivo para choro, mas se você quiser chorar, pode chorar”. Mas falar com calma, sem raiva. Nisso você se afasta e vai fazer alguma coisa da sua rotina. Ela disse que a criança chora e chora, chega um determinado momento que ela para e se é bebê vai puxar sua perna e se é maior pede desculpas. Segundo ela, o ideal é você abaixar, olhar para criança e dizer (pensando no exemplo que ele jogou uma coisa sua no chão) “a mamãe não faz isso com as coisas, não faz isso com as da mamãe, por que pode quebrar”, dá um abraço, um beijinho (sem muita melação) e muda de assunto.
Ela disse que é assim que eles fazem com as crianças na escola, eles não batem ou punem, eles explicam e mostram com certo nível de atuação, o porquê não é legal certa atitude e as consequências das decisões que os alunos tomaram. As crianças entendem direitinho e quando sentem que não há impacto ao tomar aquela atitude, elas não repetem mais.
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