quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A decisão de ter um segundo filho

irmaos-amigos-18201 Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/familia/reportagem/filhos/7-atitudes-aproximar-irmaos-655706.shtml

Eu, Andressa, vou confessar, antes de começar a escrever esse post, que eu levanto a bandeira do segundo filho. No meu caso penso em terceiro inclusive, porque sempre sonhei em ter três herdeiros.

Meus motivos:

· Fui criada como filha única e sempre achei muito chato não ter irmãos. Uma solidão danada!

· Minha filha não tem tios ou primos para conviver. Muito triste!

· Em um determinado momento da vida nós passamos a cuidar dos nossos pais e eu não tenho ninguém para dividir essa responsabilidade.

Porém, mesmo com esse ponto de vista, na prática, decidir ter o segundo filho é infinitamente mais difícil que a decisão do primeiro. Agora não é mais o medo do desconhecido que nos aflige. É o conhecimento da realidade.

Nós já sabemos que não dormir não é fácil, ter filho é caro, a carreira fica abalada com a maternidade, muitas de nós não têm ninguém por perto para ajudar, o relacionamento com o parceiro precisa estar muito bem para aguentar a pressão... Enfim, são tantas as variáveis que eu definitivamente respeito qualquer que seja a sua decisão, pois sei que você esta tentando fazer o seu melhor.

Eu adoro dados para poder tomar uma decisão, e fui atrás de pesquisas ou informações que trouxessem um olhar menos passional. Encontrei algumas informações interessantes:

· Segundo, Jeannie Kidwell, professora de assuntos familiares da Universidade do Tenesse, nos EUA, existem dois momentos mais indicados para ter o segundo filho: antes de o primeiro completar um ano, porque nessa idade eles ainda não sentem ciúme ou depois que ele completar quatro anos, pois ele está mais independente e teve bastante tempo e atenção por parte dos pais.

· No item saúde, estudos apontam que ter filhos com intervalo de dois ou três anos é melhor para saúde do bebê, antes desse período poderia aumentar as chances de o segundo filho nascer antes do tempo, com menor peso ou menor comprimento.

· Estudos apontam que um intervalo maior que cinco anos entre um filho e outro também indicam maiores chances de o segundo filho nascer prematuro, com baixo peso ou menor comprimento.

Obs.: Ainda não há uma explicação por parte da ciência do porque há o aumento de risco ao se esperar muito ou pouco para um segundo filho.

Bom, mas quem decide a sua vida com base na ciência? Eu não! A questão aqui é a emoção, a prática e o quando e o como. Por isso, seguem alguns pontos que acredito que devam ser considerados antes de tudo:

· O que você quer? Qual o seu desejo? Não pense na prática ou nos problemas, mas sinta a emoção. Você deseja outro filho?

· Agora sim, na prática, como está sua vida? Qual a sua rotina? Quais os planos para sua carreira? Você já passou por isso, então o que vai mudar na sua vida? Você e seu marido estão dispostos a abrir mão do que será necessário para receber o novo membro da família?

· Pensa um pouquinho, o quanto do seu questionamento por um segundo filho é seu e o quanto é pressão da família ou da sociedade?

· Você tem ajuda? Eu acho que beira quase o impossível (mas os pais são muito bons em fazer o impossível) ter um segundo filho sem ajuda de algum parente, amigo ou um profissional de cuidados com a criança.

· Como está o seu orçamento? Cabe mais um pouquinho de despesas? É preciso ser prático, haverá um aumento de custos na sua vida. A boa notícia é que o segundo filho é mais barato que o primeiro, com certeza você consegue reaproveitar muita coisa, além de muitas escolas oferecerem descontos para quem matricula mais de uma criança.

· Algum dos pais terá que abandonar sua carreira? O segundo filho é muitas vezes o momento que um dos progenitores terá que repensar se conseguirá continuar trabalhando com a rotina do dia a dia de dois filhos.

· Qual a sua idade? Para mulher a decisão de ter filho também tem a ver com o passar dos anos, a fertilidade diminui e as chances de problemas genéticos aumentam. A decisão de ter ou não um segundo filho terá muita relação com a sua decisão de ter o seu primeiro.

· Converse com pais que têm dois filhos e veja como está a situação deles, questione as dificuldades e o que há de bom. Nada melhor que exemplos reais para ajudar nessa decisão.

Eu ainda desejo ter os três filhos, acredito que se for da vontade da natureza (Deus) as coisas caminharão para que eu realize o meu sonho. Mas sei que haverá um “preço”, minha vida terá que sofrer outras transformações, meus sonhos pessoais talvez tenham que ser adiados mais um pouco, eu e meu marido teremos que nos flexibilizar e adaptar às mudanças nada fáceis que enfrentaremos com a consciência de que nem tudo sairá do jeito que gostaríamos.

Vai ser estressante, cansativo, vou chorar, vou brigar, vou ter vontade de sair correndo e fugir, como uma pessoa normal. Não sou uma mãe de comercial de margarina. Porém quero uma casa cheia, com muito amor, com criança correndo, uma árvore de natal cheia de presentes, muita gargalhada, brigas, reconciliações, um almoço de domingo bem maluco, cheio de gente e barulho.


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Agora é minha vez, Thiara, de contar para vocês como penso (ou nem penso) na chegada do segundo filho. Assim como a Andressa também sempre disse que queria ter três filhos e a casa cheia. Também sou filha única, e também sempre me senti muito sozinha. Aliás, todos os pontos que a Andressa citou no começo do texto têm tudo a ver comigo: sempre me senti sozinha, sempre desejei um irmão, e tampouco tive com quer dividir as alegrias e as tristezas.

Sempre achei o amor de irmãos a coisa mais linda de se ver. Até hoje vejo minhas amigas que têm irmãos, e o quanto esse amor representa para elas, e me emociono. Rola até uma certa invejinha, pois nunca tive essa convivência na vida.

Aí, eu com toda a certeza de querer ter uma família grande, tive a Alice, uma princesinha. Minha gestação foi tranquilíssima, não senti nada de desconforto, a não ser os naturais de uma gestação de praticamente 10 meses (ela nasceu de quase 41 semanas). Alice sempre foi uma bebê boazinha, não teve refluxo, nem cólicas, nem chorava demais. Aliás, ela sempre dormiu demais. Com 8 meses já dormia a noite inteira, com 10 já dormia sozinha, agora com 1 ano e 8 meses tiramos a chupeta e foi tranquilíssimo. Não teve alergia alimentar, nenhum problema grave de saúde além das alergias respiratórias comuns para os bebês paulistanos. Nada gente, nada. Costumo dizer que Alice é um bebê muito fácil, rs.

E mesmo assim te digo: pondero muito mais que a Andressa sobre ter ou não o segundo filho. A Alice virou meu mundo de cabeça para baixo. Eu achei que seria mais prazeroso, eu achei que seria mais tranquilo, eu achei um monte de coisas que não é. Hoje nossa vida gira totalmente em torno dela. Se vamos sair no final de semana, é para um lugar para ela brincar, para ela se divertir. Repensamos todo o nosso estilo de vida, temos planos para melhorar nossa qualidade de vida, e tudo, tudo, tudo por conta dela. Queremos proporcionar a ela a vida mais feliz e segura que pudermos. Hoje ela depende de nós 100% do tempo, tudo o que faz precisa de ajuda ou companhia, temos que nos dedicar durante todo o tempo a ela, e isso muitas vezes nos anula.

Estamos feliz com o que essa anulação representa hoje, e sim foi nossa escolha e ainda é. Amamos os momentos com nossa bebê e amamos nos dedicar para fazê-la uma criança feliz. Mas e aí, quando tudo isso diminuir, quando ela passar algumas horas assistindo TV sozinha ou brincando no quarto, quando ela conseguir tomar banho sozinha, ou até mesmo comer, quando nós pudermos novamente escolher o que ver na TV ou simplesmente ir a um churrasco com os amigos sem precisar ficar no playground a festa toda, quando ela for mais independente e nós recuperarmos o tempo para nós mesmos, teremos outro? Vamos começar tudo de novo? Será que vamos querer nos desafiar dessa forma mais uma vez?

Hoje realmente não sei responder. Nossa rotina de trabalho e de vida não nos permite pensar em ter outro filho hoje. Alice supre todas as nossas necessidades de pais, e todo o nosso tempo. Mas estão sempre me dizendo que daqui a pouco a gente esquece toda essa dificuldade e vamos querer outro filho loucamente. Espero, de coração, que esse dia chegue. E se assim tiver que ser, assim será. E se um dia o amor que temos dentro da gente não couber mais em nós três, a gente multiplica e faz mais um bebezinho.

E você? O que quer?

Fonte: http://brasil.babycenter.com/a25006525/ser%C3%A1-que-%C3%A9-hora-de-ter-outro-filho#ixzz3BPOOYUms

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