Uma das grandes descobertas da maternidade para mim foi descobrir que os bebês enfrentam momentos de conflito de idade, parece coisa de adulto né? Mas não é, eles também sentem as mudanças de seu “amadurecimento”.
Vou falar especificamente das crises do primeiro ano de vida, lembrando que, nem toda criança passa por essas crises, ou se passa pode ser de forma mais leve ou mais aguda.
CRISE DOS TRÊS MESES
O primeiro trimestre de vida é conhecido como período simbiótico, que na ciência significa quando um animal vive dentro de outro.
Quando o bebê completa três meses, segundo alguns autores, é como se ele nascesse de novo, por que até então ele achava que ele e a mãe eram a mesma pessoa. De repente ele percebe que há uma diferença. Então é como se batesse uma ansiedade ao não saber como ter o leite, as fraldas limpas e o aconchego. Será que o outro vai voltar? Como eu faço para que isso aconteça?
As crises começam de uma hora para outra, podem ter sinais como bebê não querendo mamar, dificuldade de sono ou mudança de hábito, antes dormia bem e depois começou a acordar chorando durante a noite. Nada agrada, não quer colo, nem carrinho, nem berço, tudo incomoda.
Calma mamãe, eu passei por isso e te falo, é chatinho mas passa. Segundo alguns especialistas essa fase de adaptação dura em média 15 dias, depois o bebê encontra o seu ritmo de novo.
É muito importante que você converse com o seu pediatra para que ele possa confirmar se vocês estão apenas enfrentando uma crise de idade ou uma doença, não é legal fazer o diagnóstico sozinho.
O bebê não vai precisar tomar nem um remédio, apenas de muito amor e carinho e uma dose extra de paciências dos papais, lembre-se sempre, VAI PASSAR.
CRISE DOS 5 E 6 MESES
Papais, não fiquem tristes com o que vou dizer, mas até agora o bebê não sabia muito bem que vocês existiam com exceção dos pais que conviveram e assumiram os cuidados do filho, ai o bebê o reconhece como contei na fase anterior.
Como o pai normalmente não fica tão próximo do bebê quanto a mãe, o normal é que nessa fase o bebê comece a reconhecer que seu núcleo é formado por três indivíduos, a mãe, ele e o papai, e ai rola a segunda crise, ele precisa reconstruir seu pequeno mundo com a figura do papai.
Essa crise costuma ser mais leve que a anterior, o bebê pode ter um pouco de alterações do sono ou falta de apetite. Como essa também costuma ser uma fase que começam a nascerem os primeiros dentinhos, pode ser difícil identificar o que é que.
Esse é um momento onde muitas mães voltam a trabalhar e sofrem com a separação, é como se houvesse um novo parto e a criança poderá sentir essa insegurança da mãe.
Mesmo que não seja o caso dessa separação, mas o papai tem um papel fundamental para ajudar a mãe a se separar de seu bebê, a entender que nem a dependência dela e nem do bebê é saudável.
CRISE DOS 8 MESES
Bom, até para que fique claro, as crises podem variar um pouco, então a crise dos 8 meses pode acontecer aos 9 ou aos 10. Todas as crises se relacionam ao trimestre de vida que o bebê inicia.
A Manu não passou por essa crise, mas todas as minhas amigas que passaram disseram que foi super difícil, essa é realmente a mais tensa de todas, pois dura mais tempo e as mudanças nos hábitos do bebê são mais significativas.
Pais tenham muita paciência, essa crise dura de três a quatro semanas.
Os sintomas são mais acentuados como alteração de sono (o bebê pode acordar umas 10 vezes durante a noite), chorando de forma estridente, pode perder o apetite ao ponto de rejeitar qualquer alimento e ficar agitado, inquieto e insatisfeito com tudo.
Bom, alguns pais preferem enfrentar essa fase colocando o bebê para dormir com eles, devido ao cansaço e por achar que a criança se sentirá mais segura. Eu não pratico a cama compartilhada (quando pais e filhos dormem juntos) então não posso julgar. Mas segundo alguns psicólogos o bebê não precisa disso para se sentir seguro, a segurança se dá para os pais que precisam do bebê perto para diminuir sua ansiedade.
Eu li muito a respeito dessas crises de sono e os autores sugerem que a mesma seja administrada pela mãe. Acontece que na cabecinha do bebê, quando a mãe se afasta ela nunca mais vai voltar, esse é o motivo da crise. Então se o neném chora e outra pessoa vem acudir, a mãe realmente não voltar.
Nessa fase o desafio do pequenino é entender que a mamãe vai se afastar e vai voltar, ele não consegue entender essa lógica ainda, é uma fase bastante assustadora e por isso mais intensa.
A Tracy Hogg, a Encantadora de bebês, sugere que a mãe faça os seguintes passos quando o bebê chora em seu berço durante a noite:
· Quando o bebê chorar, deixe que ele permaneça sozinho por alguns instantes para dar oportunidade que ele se acalme sozinho.
· Se o choro não cessar vá até ele. Se ele estiver muito nervoso, pegue-o no colo, sem falar muito e quando ele se acalmar, antes de dormir, coloque-o no berço. Você pode dar leves tapinhas em seu bumbum para que ele sinta que você ainda está presente.
· Se ele voltar a ficar nervoso, repita esses passos com toda paciência do mundo e uma hora o bebê se adapta.
Outra sugestão dos pediatras é dar ao bebê um objeto de transição, um paninho, brinquedinho ou chupeta especial. O objeto tem o objetivo de mostrar que as coisas não somem, vai simbolizar a mãe, então se for um paninho ou ursinho é legal que ela deixe seu cheiro no objeto (dê beijinhos, abrace...).
CRISE DE 1 ANO
Essa crise relaciona a dependência versus a independência do bebê, coincide com os primeiros passos da criança.
Eu passei por essa crise quando a Manu fez um ano e um mês, assim que ela começou a andar. Foi uma fase muito diferente. A Manu sempre foi muito desapegada, brincava bem sozinha, mas de repente, ao mesmo tempo em que aprendeu a ser mais independente ela começou a cobrar mais a minha presença.
Ela se agarrava na minha perna na cozinha, me puxava, ficava pedindo colo a todo o momento e tudo isso era muito mais intenso comigo, quando eu contava para os outros até parecia que eu estava mentindo.
Parecia que ela queria ganhar o mundo e não deixar de ser bebê e é bem disso que essa fase se trata.
Todas as crises têm sintomas muito parecidos, perturbação de sono, de apetite ou agitação.
É preciso tentar deixar a criança se adaptar a esse novo momento sem forçar a sua independência. Por mais que a gente queira que eles saiam andando e explorando tudo, o bebê ainda precisa do seu tempo certo para fazer isso. Quando eu tentava forçar a Manu a treinar os primeiros passos ela se jogava não chão, ela simplesmente não queria fazer isso nesse momento.
Essa crise é mais individual, cada criança vai passar por ela de um jeito, por isso os pais precisarão de muita tranquilidade e criatividade para achar uma forma de lidar com essa fase.
Lembre-se que a pesar de serem momentos difíceis, essas crises representam marcos do crescimento dos nossos bebês, então há muito que se ganhar com cada uma delas, são momentos extraordinários da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário