sexta-feira, 25 de julho de 2014

Relato de parto - O nascimento de Alice

Desde que me conheço por mulher capaz de dar a vida a outro ser humano digo que quero ter parto normal (e continuo dizendo, quero todos os partos normais). Para isso se tornar realidade, minha primeira preocupação foi ter uma médica que aceitasse minha vontade e não me cobrasse a mais por isso.

E assim foi. Antes mesmo de engravidar, quando decidi que queria ter um filho, já perguntei à minha GO se ela faria meu parto normal. Ela me tranquilizou e disse que se não houvesse nenhuma complicação para mim ou para o bebê faríamos sim o normal. Ótimo!

Depois disso passei a ler muito e muito sobre o assunto. A cada dia ficava mais chocada com a violência que é ter um filho no Brasil, principalmente na rede privada. Conheci e entendi cada um dos meus direitos e discuti muito com a médica sobre o meu plano de parto. Enfim, no dia 6/12, já com 40 semanas e 4 dias de gravidez, minha médica sugerir agendemos uma indução para o dia seguinte pela manhã. Ela me disse que meu colo estava totalmente fechado e altíssimo e que dificilmente eu teria um parto normal, mas que esperar mais poderia ser perigoso para a bebê, pois ela estava muito grande e o líquido amniótico baixo para o tamanho dela. Topei.

Deveríamos então ir ao hospital no dia 7 às 6h30 da manhã. Mas Alice não quis esperar. Ainda na quinta-feira, no começo da noite, comecei a sentir contrações um pouco doloridas, e o processo só foi aumentando com o passar das horas. À meia-noite achei melhor não esperar mais e fomos eu, o papai e a vovó de Alice para a maternidade. Cheguei lá já com 3 cm de dilatação, e fui logo internada, levada para a sala de parto normal.

Tudo aconteceu sem problemas, exatamente como imaginei (na verdade, foi até melhor). As contrações foram aumentando, assim como a dilatação. Lá pelas 4h30 da manhã comecei a sentir mais dor, e a ficar aflita, com muito medo de estar passando o tempo e nada acontecer. Chamei a enfermeira que me tranquilizou e me mandou tomar um banho quente, com ducha sobre o ventre durante as contrações. O banho ajudou muito a relaxar, e quando saí de lá já estava com mais dilatação (e mais dor).

Nessa hora a equipe médica rompeu minha bolsa, que não havia rompido sozinha, e as contrações pioraram muito. Doía bastante, implorei pela anestesia, que me foi dada às 7h15. 

Alice nasceu às 9h48, pesando 3,680 quilos e com 49,5 centímetros de pura belezura. O parto foi normal, com anestesia (graças a Deus). A anestesia foi ótima, porque me fez perder a dor, mas sem perder a sensibilidade. Eu soube exatamente o segundo que minha bebezinha estava vindo ao mundo. A primeira coisa que perguntei foi: “É menina mesmo???”, porque a médica a colocou de costas sobre mim. Quando pude ver seu rostinho, só conseguia dizer: “Ela é linda, é perfeita!”. Não há como descrever essa emoção. Não existem palavras para demonstrar o que sentimos nesse momento.

A equipe de enfermeiros que me acompanhou ficou muito surpresa com o nascimento da Alice, já que ela era um bebezão e que, segundo a médica, as condições não eram tão favoráveis para um parto normal (colo muito fechado, muito alto e a bebê nada de encaixar).

O papai ficou comigo o tempo todo, ajudou muito no trabalho de parto, me dando todo o apoio e massagens necessários. Sem ele eu provavelmente não teria conseguido fazer isso tão bem. Mais uma vez me encheu de motivos para amá-lo e respeitá-lo por toda a minha vida. Alice chegou e nos deu ainda mais a certeza de que nosso amor é uma fortaleza.

Alice mamou exatamente uma hora depois de ter nascido. Ao meio dia eu já estava no quarto, batendo um pratão de comida, pois estava morrendo de fome, e Alice ficou comigo das 13h desse dia e para sempre. Nada de esperar horas para se recuperar para então ficar com o bebê. No mesmo dia às 117h eu estava de pé no chuveiro tomando banho, e no domingo de manhã já estava chegando em casa.

Se você também pensa em ter um parto normal, minha dica é: se informe e acredite no seu corpo. A mágica que acontece é incrível!

E se você ainda tem dúvidas, anseios, angústias ou quer bater um papo, escreve para mim nos comentários que vou adorar responder.

Nenhum comentário:

Postar um comentário