sexta-feira, 30 de maio de 2014

A ditadura do parto cesárea

A Fiocruz e o Ministério da Saúde, divulgaram ontem uma pesquisa com dados de 2011 e 2012 que identificou que 88% dos partos da rede privada é cesárea.

Gente, antes de entrar no assunto, quero deixar claro que não julgo a escolha da gestante, se ela optar por cesárea por que se sente mais confortável OK, mas quantas vezes não optamos pela cirurgia por imposição ou terrorismo dos médicos?

Será que muitas mulheres não optam pela cesárea por que quase não conhecem mais amigas que fizeram parto normal, ai rola o medo do desconhecido, já que hoje em dia o parto normal é anormal?!?!

Achei bem legal uma matéria que eu vi no site do IG e achei que era o momento de divulgar:



Fonte: http://bbel.com.br/arquivo/post/os-riscos-da-gravidez-apos-os-40-anos


Verdades e mentiras sobre parto normal

Site reúne depoimentos de mulheres que receberam explicações duvidosas de ginecologistas e obstetras. Veja o que é verdade ou mentira
Danielle Nordi, iG São Paulo | 25/04/2012 06:58:27

O tumblr “Seu G.O. disse o quê?” ficou bastante popular nas redes sociais nas últimas semanas. O conteúdo é, no mínimo, curioso: os relatos, supostamente verídicos, são enviados por mães ou gestantes que ouviram justificativas suspeitas de seus médicos para não tentarem o parto normal.

Frases como “um novo estudo indica que as mulheres que nasceram de cesárea dificilmente conseguem ter parto normal” ou “eu faço parto normal, mas só espero quatro horas porque depois disso o bebê entra em sofrimento fetal” teriam sido ditas por médicos durante consulta pré-natal.

A reportagem do Delas pediu que ginecologistas e obstetras analisassem algumas frases retiradas do “Seu G.O. disse o quê?” e esclarecessem o que tem de verdade ou mentira nas explicações que teriam sido dadas por colegas de profissão.

Tal mãe, tal filha?

- Doutora, quero parto normal se estiver tudo bem
- Ótimo! A gravidez está indo bem, acho que não teremos problemas, mas me diz uma coisa, você nasceu de parto normal ou cesárea?
- Cesárea.
- Ah, então não sei não. Sabe, tem um novo estudo que indica que as mulheres que nasceram de cesárea dificilmente conseguem ter parto normal.

“Não condiz com a realidade. Essa ideia surgiu porque algumas mulheres têm a bacia um pouco estreita, o que impediria um parto normal. Mas se a mãe tem essa característica não significa que a filha terá”, observa Rogério Leão, ginecologista e obstetra membro do corpo clínico do Centro de Reprodução Humana do IPGO (Instituto Paulista de Ginecologia e Obstetrícia).

A ginecologista e obstetra Flavia Fairbanks completa: “muitas variáveis são levadas em consideração na indicação de um parto normal. Além da bacia, vemos se o tamanho do bebê é compatível, a sua posição, a idade da paciente e outros itens. É uma combinação de fatores favoráveis que vai determinar o parto normal.”


Força na barriga

- Doutor, posso ter um parto normal, certo?
- Lamento informar que não, minha filha. Lamentavelmente você não tem músculos na barriga então não vai conseguir empurrar seu bebê. E vamos falar a verdade, parto normal é coisa do passado, não é mesmo? Cesárea é bem melhor!

“Um bom preparo físico ajuda bastante, mas não é um fator definitivo. O obstetra realmente precisa do auxílio da mãe durante o parto normal”, afirma Flavia.

“Se a mulher tem uma boa musculatura abdominal pode ajudar durante o parto. Mas quem não tem também pode estar apta para o parto normal. A ausência de uma boa musculatura por si só não é indicação de cesárea”, esclarece o ginecologista e obstetra Alberto Jorge Guimarães.

Sinceridade a toda prova

- Doutora, a senhora faz parto normal?
- Claro! Se for de dia. De noite não vou.

“O obstetra precisa ter consciência que o momento do parto depende do bebê e não de seus próprios compromissos. Se a pessoa se propõe a fazer obstetrícia tem que estar preparada para isso”, afirma Alberto.

Mas a opinião não é unânime e gera discordância entre médicos. “Muitos médicos não se dispõem a ficar a disposição das pacientes 24 horas por dia. O que importa é que tudo fique claro durante o pré-natal para que a paciente não fique na mão. A transparência não pode ser criticada”, opina Flavia.

Sofrimento com hora marcada

- Doutor, posso ter um parto normal?
- Ah, eu faço sim! Precisa três coisas: paciência, paciência e paciência. Mas eu só espero 4 horas porque depois disso o bebê entra em sofrimento fetal.

“Chamamos sofrimento fetal uma situação onde a oxigenação do bebê está prejudicada. O feto tem reservas e mecanismos de compensar uma oxigenação insuficiente, mas às vezes chega a uma situação tão severa que pode levar ao óbito fetal ou causar déficits por anóxia”, explica Rogério. Mas, segundo o médido, não existe um tempo específico que se possa aguardar durante o parto normal. Tudo depende da avaliação e monitoração do bebê e da progressão do trabalho de parto.


Sem marido

- Doutora, o que você acha do parto normal?
- Se escorregar, tudo bem, eu faço. Mas eu nunca deixaria uma filha passar por uma coisa dessa! E você vai ficar toda alargada e seu marido vai te largar. Além disso, você vai ter bexiga caída, que é inoperável, sem solução para o resto da vida. Aí o marido, você sabe.

“Mulheres que tiveram vários partos normais ou não assistidos podem ter maior tendência a roturas perineais, que deixam a sensação de frouxidão, distopias - útero ou bexiga ‘caída’, que às vezes se exterioriza pela vagina - e incontinência urinária. Entretanto, isso não é observado em partos bem assistidos”, afirma Rogério.

“A mulher não fica ‘larga’. O parto normal pode mudar a estática pélvica, mas não quer dizer que para pior. Tem mulheres que sentiam dor durante a relação sexual e depois do parto melhorou”, conta Flavia Fairbanks.


Falta de sol

- Doutora, quais são minhas opções para o parto?
- Veja bem, o parto normal seria melhor, mas o sedentarismo, a falta de sol nas mulheres de hoje prejudicam este tipo de parto. Além disso, a miscigenação (mistura de raças) causa desproporção céfalo-pélvica.

“Não existe relação direta entre falta de sol e parto normal. O sedentarismo pode ser um problema, mas não para todas as mulheres. Com relação à miscigenação, isso pode também acontecer. Em alguns casos os ossos do crânio da criança não são proporcionais à bacia da mãe, mas isso não é uma regra”, afirma Flavia.

“Não dá para descartar a possibilidade de um parto normal apenas pela miscigenação. Uma das melhores maneiras de saber se o parto normal pode acontecer é respeitar a data do nascimento e acompanhar a evolução do trabalho”, enfatiza Alberto Jorge Guimarães.


24 horas de vida


- Doutora, meu streptococcus deu positivo.
- Então não pode ser mais parto normal. Seu bebê pode pegar a bactéria e morrer em 24 horas!

“Isso é mentira. Infecção por strepto B na criança realmente é muito séria e pode levar a infecção generalizada e óbito neonatal rapidamente. Entretanto, o fato da mulher estar colonizada pelo streptococcus b não significa que o bebê terá a infecção. Neste caso, indica-se antibiótico antes e durante o trabalho de parto, evitando-se assim a infecção neonatal”, afirma Rogério Leão.

Fonte: http://delas.ig.com.br/filhos/2012-04-25/verdades-e-mentiras-sobre-parto-normal.html

2 comentários:

  1. Minha experiencia: minha Go marcou o parto mas mandou eu ir antes para induzir fiquei de chegar no hospital as 6:30 do dia 05/12/13, mas as 23:30 do dia 04 minha bolsa rompeu, fui para o hospital, fiquei tentando o normal mas nao tinha dilatacao e nao poderia tomar a anestesia, nao aguentei e as 5:00 pedi a cesaria... eu achava que seria muito ruim, mas nao foi muito bom, minha recuperacao foi otima, sinceramente depois da dor que passei por horas se tiver outro filho vou fazer cesaria novamente! bjos

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    1. Oi Cida!!! Muito obrigada por dividir com a gente a sua experiência! O mais importante é que sua GO respeitou a sua vontade, vocês tentaram o normal e quando não foi mais possível, vocês foram para cesárea. Acho que casa parto é uma experiência pessoal, tenho amigas que fizeram normal e foi ótimo, outras que foi o maior terror, o mesmo para cesárea... o mais importante é que a gente tenha a opção de decidir junto com o médico. Um beijão

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