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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Relato de Parto – Cesárea

IMG_0238 Antes de falar da minha experiência quero dizer que cada parto é um parto, o que eu disser aqui não necessariamente irá acontecer com você tá?!

Meu parto foi extremamente programado, a Manu nasceu exatamente com 38 semanas, em uma linda quarta-feira de sol, às 15h16 para ser mais exata.

A cirurgia não foi minha opção, fui induzida pelo meu médico por eu ser Streptococcus Positivo eu conto mais sobre isso nesse post – http://www.papomaternidade.com.br/2014/05/o-exame-deu-strepcoccus-positivo-e.html

No dia foi assim, cheguei às 7h da manhã e meu parto estava agendado para as 12h. Eu tive que chegar um pouco mais cedo para tomar algumas doses de antibiótico por conta do strepto. Estava em jejum desde as 22h da noite anterior, mas a ansiedade boa era tão grande que confesso que não senti fome.

Tirei toda a roupa e fiquei com aquele avental chatinho, além de uma touca que não era a última moda em Paris com certeza rs. Despedi-me da família e entrei por uma portinha que só eu e a enfermeira podíamos entrar. Ali eu também me despedia da minha antiga vida e sabia que começava uma nova, que eu não fazia ideia de como seria.

Fui para uma sala que lembra muito a ala de medicação de pronto-socorro, cheio de grávidas tomando remédios ou em macas, cada uma por um motivo. Tinha grávida com a bolsa estourada, com sangramento, com contração e eu, sem nada, só tomando meu antibiótico (senti muita falta do meu celular nessa hora rs).

Confesso que a agulha que eles colocaram para medicação e que ficaria comigo até a minha saída do hospital doeu um pouco, acho que foi a parte mais chatinha de tudo.

Chegou a hora marcada para o parto e nada, deu overbooking de grávidas e não tinha centro cirúrgico livre para mim. Eu que não estava muito ansiosa, mas confesso que comecei a ficar, por que não sabia quando o show ia começar. Fiquei três horas revezando entre deitada e sentada em uma maca, escondida por uma cortininha.

De repetente veio meu médico e me disse que havia conseguido uma sala de cirurgia e que em breve vinha me buscar. Quando as enfermeiras vieram o coração acelerou, mas ao mesmo tempo eu senti uma paz imensa. Era hora de virar mamãe!

O médico me explicou como seria a cirurgia, um pouco do pós-operatório e dos procedimentos que faríamos. Veio o anestesista e conversou comigo, me explico como era a injeção, que ela era mais fina do antigamente, apesar de ser nas costas era só a sensação de uma picada, que eu não sentiria minhas pernas por algumas horas e gradativamente meus movimentos voltariam.

IMG_0229 Eu realmente não senti quase nada com a injeção nas costas, foi bem tranquilo mesmo. Eu havia feito dela um bicho de sete cabeças, mas na prática foi como uma injeção comum.

Eu comecei a não sentir minhas pernas, eles colocaram a sonda, amarraram o meu braço a dois suportes (fiquei na posição de cristo redentor) e deixaram meu marido entrar.

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Como foi o parto? Eu não sei, eu não vi rs. Eu só sei que 15 minutos depois a Manu vinha ao mundo, com a carinha mais inchada, lambuzada e linda do mundo.

 IMG_0242 Tiramos algumas fotos e meu marido foi convidado a se retirar, pois eles começariam a dar os pontos e dar aquela arrumada na bagunça. Levaram a Manu para fazer os testes e ela desceu para o berçário um pouco depois que voltei para o quarto, umas três horas depois da cirurgia. Essa parte foi um pouco estranha, você fica ali deitada, não pode se mexer, as enfermeiras ficam conversando e você querendo sair, ver seu bebê, mas não pode, tem que esperar.

Fui levada para uma sala de recuperação cheia de grávidas no pós-operatório. No hospital onde a Manu nasceu, você fica nessa sala até a hora que começa a voltar os movimentos da sua perna, só depois vai para o quarto. Foi um pouco incomodo por que eu tomei morfina (acho que toda grávida toma, não tenho certeza) e senti uma coceira danada, me explicaram que era uma reação normal.

Não sei por que eu ficava lembrando o filme Kill Bill. Quando a personagem da Uma Thurman sai do coma e não conseguia andar e ela olhava para o pé e ficava mandando os dedos se mexerem, eu fazia a mesma coisa rs.

Fui para o quarto duas horas depois do parto, ainda muito cansada e com fome, mas sem coceira, pois já tinha melhorado. Eu não sentia dor, mas sentia certa pressão no ventre.

IMG_0259A Manu veio para o quarto uns 30 minutos depois que eu cheguei e enfim fomos apresentadas formalmente rs. A enfermeira veio me ensinar a dar de mamar, os passos para não deixar o leite empedrar (nada de tomar banho quente e deixar a água caindo em cima do peito). E orientou com todas as informações que eu precisava saber sobre esse procedimento tão desconhecido até então. Eu não tive muito sucesso, mas tentei bastante.

IMG_0277Tem uma parte que é esquisita, depois que o bebê nasce a gente fica menstruada automaticamente, fiquei com um tipo de pano dobrado para conter o sangramento, como se fosse uma fralda. Sentia-me um pouco suja.

Eu rezava por um banho e meu desejo se realizou. Eu pude colocar um absorvente normal e um pijaminha. Já coloquei também a cinta com a ajuda das enfermeiras, mas tirava para dormir. No mesmo dia do parto o meu médico veio me ver a noite, olhou os pontos e me passou todas as orientações para aquela fase.

Fiquei três dias no hospital, nesse período eu não senti dor, nem incomodo, foi tudo muito bem. Era só difícil dormir por que ou a Manu acordava para tentar mamar ou entrava uma enfermeira para me dar remédio. Foi bem cansativo!

E no sábado, após o almoço ganhamos alta e partimos eu, meu marido e a Manu, nada prontos e sem a menor ideia de como as coisas funcionariam, mas cheios de amor e coragem <3

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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Relato de mãe: Alergia Alimentar

Ana-Lorenzo 01

Toda mãe de primeira viagem tem muitas dúvidas e lógico sempre tem amigos e familiares ajudando, opinando e nos orientando sobre o que é normal que o bebê apresente.

O Lorenzo nasceu com exatas 36 semanas e 1 dia, um pouco apressadinho, ficou uma semana na UTI neonatal devido a um pequeno probleminha para respirar, mas que passou rápido e pudemos trazer o pequeno para casa.

Quando no hospital, eu ficava com ele das 6h às 22h para amamentar, porém nada era suficiente e este pequeno chorava muito e tão logo descobrimos que era de fomeeee... Depois de uma conversa com a pediatra da UTI ela disse que ele precisava do chamado “complemento”, sugeriu que a partir daquele momento eu amamentasse e na sequência oferecesse 40ml de leite artificial e o que parecia obvio se confirmou, o pequeno ficou mais calmo e antes de sair da maternidade esse volume foi aumentado para 60ml associado à amamentação.

Ao chegar em casa comecei a perceber que sempre que mamava ficava desconfortável, meio gemente e se movimentando muito, tentando jogar o corpinho para trás, soluçava muito e parecia um “soluço molhado”, parecia que algo voltava e não saía, pois poucas vezes ele vomitava, algo estranho estava acontecendo.

Todos diziam que era assim mesmo, que talvez fosse refluxo, todo bebê tem isso, fica desconfortável enquanto não arrota, enfim... A pediatra sugeriu então que usássemos uma fórmula anti-refluxo.

O tempo foi passando e eu percebia que o Lorenzo não melhorava, chegava a ficar uns 40 minutos neste desconforto após todas as mamadas. Aos 2 meses começou a ter engasgos fáceis, e no primeiro engasgo mais longo o levamos rapidamente para o hospital. Chegando lá o pediatra examinou e disse que provavelmente era só um refluxo normal e pediu que conversássemos com a pediatra que o acompanhava.

Conversamos com a pediatra e ela pensou em alergia alimentar, sugeriu que oferecêssemos um leite com proteínas quebradas para facilitar a digestão. Iniciamos o tal leite e não tínhamos melhora do desconforto e agora associado aos engasgos que me deixavam desesperada, chegamos a passar umas 6 horas no consultório da pediatra oferecendo a mamadeira e ela observando o pequeno.

Próximo de 2 meses e meio, amamentei, ofereci o leite e, após 3 horas, fui dar banho no pequeno. Durante o banho, mesmo semi sentado, ele teve um engasgo absurdo, ficou roxinho e ficamos desesperados. Fomos correndo para o hospital, e no caminho ele já foi melhorando. Ao chegar la fomos prontamente atendidos e o médico resolveu interná-lo para melhor investigação.

Durante a longa estadia de 7 dias foram feitos vários exames incluindo o Esôfago-Estômago-Duodeno (EED), e descobrimos então que o pequeno tinha alergia a proteína da vaca, com dificuldade de digerir tal proteína associada e uma discreta alteração anatômica no Ângulo de His.

Ao longo da internação fiquei sem amamentar e foi introduzido um leite que não possui proteínas e sim aminoácidos livres, facilitando a digestão. Mesmo seguindo todas as orientações para retirada do leite diariamente, infelizmente o meu leite secou durante a internação.

Após a saída do hospital a orientação que tivemos era oferecer o leite com espessante a cada 2 horas, pois com intervalos menores poderíamos oferecer um volume menor, ficar com o bebê em pé no colo por no mínimo 30 minutos e deixa-lo dormir com a cabeceira a 45°. Esta orientação se manteve até mais ou menos 8 meses.

As noites eram muito difíceis, pois associando a oferta do leite a cada 2 horas com o intervalo que tinha que ficar com ele no colo, tinha pouco mais de 1 hora para descansar e qualquer tosse ou ruído já era alarmante.O que nos fortalecia era olhar para o rostinho dele e ver que todos aqueles sintomas estavam sob controle, digo sempre no plural, pois a ajuda e apoio do meu marido foi essencial para que obtivéssemos sucesso.

O leite não alergênico com aminoácidos livres é extremamente caro, visto que no início usamos aproximadamente 1 lata a cada 2 dias, porém é fornecido pelo SUS mediante preenchimento de relatórios pelo médico e comprovação através de exames clínicos e laboratoriais.

Os alimentos foram introduzidos isoladamente nas sopinhas, oferecíamos por 3 dias a sopa com um único legume e algum tipo de proteína para avaliar se tinha piora ou não dos sintomas e aos poucos começamos a juntar os legumes e Graças a Deus ele não apresentou alergia a outros alimentos.

Aos 8 meses voltei a trabalhar e o pequeno entrou no berçário, fiquei bastante preocupada e na semana de adaptação eu chorava o tempo todo, com certeza a minha adaptação foi mais difícil do que a dele, mas a escola é excelente e foram muito acolhedores. Conversei com a coordenadora pedagógica sobre toda a nossa história e ela me deu uma lista para assinalar tudo e que ele podia receber e pediu que sinalizasse o que não podia.

Ele recebia as mamadeiras e fazia as refeições no bebê conforto e ficava lá por 30 minutos após se alimentar, além disso, levei para a escola um anti-refluxo duplo para colocar embaixo do colchão do berço para que ficasse inclinado.

Além de todas as orientações, fiz um bilhete com letras gigantes e coloquei na repartição transparente que fica na primeira página da agenda, orientando sobre mantê-lo elevado e não oferecer nada que contenha leite. Todos os dias enviava o leite já com as medidas separadas junto com o espessante e a cada 10 dias mais ou menos escrevia “só para relembrar” e alertava sobre o que deveriam fazer.

Depois que ele fez 1 aninho, começamos a diminuir a dose do espessante e mais ou menos com 1 ano e 3 meses conseguimos excluí-lo totalmente. Lorenzo fazia também um tratamento medicamentoso contínuo até mais ou menos 1 ano, e tentávamos tirar a medicação mas sempre voltávamos devido aos sintomas.

Ana-Lorenzo

Hoje o pequeno esta com 1 ano e 9 meses, continuamos com o leite de aminoácidos livres sem espessante e já introduzimos alimentos com traços de leite, porém nos testes que fizemos com alimentos que possuem leite, não obtivemos sucesso, ele ainda tem bastante desconforto e chora muito.

Aos 2 anos faremos a nossa próxima consulta com o gastro-pediatra e receberemos uma nova lista de introdução de alimentos, pois a orientação que nos passou é que alergia alimentar se cura com dessensibilização mas tem que ser com orientação médica de acordo com a tolerância da criança e tratamento dos sintomas quando mais intensos.

Queridas mamães prestem muita atenção nos pequenos, pois nem sempre aquilo que dizem ser normal realmente é... Alergia alimentar pode se manifestar como um refluxo exacerbado e isso causa enorme desconforto. Na dúvida, sempre investiguem, questionem, duvidem e se informem.

Ana

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A decisão de ter um segundo filho

irmaos-amigos-18201 Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/familia/reportagem/filhos/7-atitudes-aproximar-irmaos-655706.shtml

Eu, Andressa, vou confessar, antes de começar a escrever esse post, que eu levanto a bandeira do segundo filho. No meu caso penso em terceiro inclusive, porque sempre sonhei em ter três herdeiros.

Meus motivos:

· Fui criada como filha única e sempre achei muito chato não ter irmãos. Uma solidão danada!

· Minha filha não tem tios ou primos para conviver. Muito triste!

· Em um determinado momento da vida nós passamos a cuidar dos nossos pais e eu não tenho ninguém para dividir essa responsabilidade.

Porém, mesmo com esse ponto de vista, na prática, decidir ter o segundo filho é infinitamente mais difícil que a decisão do primeiro. Agora não é mais o medo do desconhecido que nos aflige. É o conhecimento da realidade.

Nós já sabemos que não dormir não é fácil, ter filho é caro, a carreira fica abalada com a maternidade, muitas de nós não têm ninguém por perto para ajudar, o relacionamento com o parceiro precisa estar muito bem para aguentar a pressão... Enfim, são tantas as variáveis que eu definitivamente respeito qualquer que seja a sua decisão, pois sei que você esta tentando fazer o seu melhor.

Eu adoro dados para poder tomar uma decisão, e fui atrás de pesquisas ou informações que trouxessem um olhar menos passional. Encontrei algumas informações interessantes:

· Segundo, Jeannie Kidwell, professora de assuntos familiares da Universidade do Tenesse, nos EUA, existem dois momentos mais indicados para ter o segundo filho: antes de o primeiro completar um ano, porque nessa idade eles ainda não sentem ciúme ou depois que ele completar quatro anos, pois ele está mais independente e teve bastante tempo e atenção por parte dos pais.

· No item saúde, estudos apontam que ter filhos com intervalo de dois ou três anos é melhor para saúde do bebê, antes desse período poderia aumentar as chances de o segundo filho nascer antes do tempo, com menor peso ou menor comprimento.

· Estudos apontam que um intervalo maior que cinco anos entre um filho e outro também indicam maiores chances de o segundo filho nascer prematuro, com baixo peso ou menor comprimento.

Obs.: Ainda não há uma explicação por parte da ciência do porque há o aumento de risco ao se esperar muito ou pouco para um segundo filho.

Bom, mas quem decide a sua vida com base na ciência? Eu não! A questão aqui é a emoção, a prática e o quando e o como. Por isso, seguem alguns pontos que acredito que devam ser considerados antes de tudo:

· O que você quer? Qual o seu desejo? Não pense na prática ou nos problemas, mas sinta a emoção. Você deseja outro filho?

· Agora sim, na prática, como está sua vida? Qual a sua rotina? Quais os planos para sua carreira? Você já passou por isso, então o que vai mudar na sua vida? Você e seu marido estão dispostos a abrir mão do que será necessário para receber o novo membro da família?

· Pensa um pouquinho, o quanto do seu questionamento por um segundo filho é seu e o quanto é pressão da família ou da sociedade?

· Você tem ajuda? Eu acho que beira quase o impossível (mas os pais são muito bons em fazer o impossível) ter um segundo filho sem ajuda de algum parente, amigo ou um profissional de cuidados com a criança.

· Como está o seu orçamento? Cabe mais um pouquinho de despesas? É preciso ser prático, haverá um aumento de custos na sua vida. A boa notícia é que o segundo filho é mais barato que o primeiro, com certeza você consegue reaproveitar muita coisa, além de muitas escolas oferecerem descontos para quem matricula mais de uma criança.

· Algum dos pais terá que abandonar sua carreira? O segundo filho é muitas vezes o momento que um dos progenitores terá que repensar se conseguirá continuar trabalhando com a rotina do dia a dia de dois filhos.

· Qual a sua idade? Para mulher a decisão de ter filho também tem a ver com o passar dos anos, a fertilidade diminui e as chances de problemas genéticos aumentam. A decisão de ter ou não um segundo filho terá muita relação com a sua decisão de ter o seu primeiro.

· Converse com pais que têm dois filhos e veja como está a situação deles, questione as dificuldades e o que há de bom. Nada melhor que exemplos reais para ajudar nessa decisão.

Eu ainda desejo ter os três filhos, acredito que se for da vontade da natureza (Deus) as coisas caminharão para que eu realize o meu sonho. Mas sei que haverá um “preço”, minha vida terá que sofrer outras transformações, meus sonhos pessoais talvez tenham que ser adiados mais um pouco, eu e meu marido teremos que nos flexibilizar e adaptar às mudanças nada fáceis que enfrentaremos com a consciência de que nem tudo sairá do jeito que gostaríamos.

Vai ser estressante, cansativo, vou chorar, vou brigar, vou ter vontade de sair correndo e fugir, como uma pessoa normal. Não sou uma mãe de comercial de margarina. Porém quero uma casa cheia, com muito amor, com criança correndo, uma árvore de natal cheia de presentes, muita gargalhada, brigas, reconciliações, um almoço de domingo bem maluco, cheio de gente e barulho.


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Agora é minha vez, Thiara, de contar para vocês como penso (ou nem penso) na chegada do segundo filho. Assim como a Andressa também sempre disse que queria ter três filhos e a casa cheia. Também sou filha única, e também sempre me senti muito sozinha. Aliás, todos os pontos que a Andressa citou no começo do texto têm tudo a ver comigo: sempre me senti sozinha, sempre desejei um irmão, e tampouco tive com quer dividir as alegrias e as tristezas.

Sempre achei o amor de irmãos a coisa mais linda de se ver. Até hoje vejo minhas amigas que têm irmãos, e o quanto esse amor representa para elas, e me emociono. Rola até uma certa invejinha, pois nunca tive essa convivência na vida.

Aí, eu com toda a certeza de querer ter uma família grande, tive a Alice, uma princesinha. Minha gestação foi tranquilíssima, não senti nada de desconforto, a não ser os naturais de uma gestação de praticamente 10 meses (ela nasceu de quase 41 semanas). Alice sempre foi uma bebê boazinha, não teve refluxo, nem cólicas, nem chorava demais. Aliás, ela sempre dormiu demais. Com 8 meses já dormia a noite inteira, com 10 já dormia sozinha, agora com 1 ano e 8 meses tiramos a chupeta e foi tranquilíssimo. Não teve alergia alimentar, nenhum problema grave de saúde além das alergias respiratórias comuns para os bebês paulistanos. Nada gente, nada. Costumo dizer que Alice é um bebê muito fácil, rs.

E mesmo assim te digo: pondero muito mais que a Andressa sobre ter ou não o segundo filho. A Alice virou meu mundo de cabeça para baixo. Eu achei que seria mais prazeroso, eu achei que seria mais tranquilo, eu achei um monte de coisas que não é. Hoje nossa vida gira totalmente em torno dela. Se vamos sair no final de semana, é para um lugar para ela brincar, para ela se divertir. Repensamos todo o nosso estilo de vida, temos planos para melhorar nossa qualidade de vida, e tudo, tudo, tudo por conta dela. Queremos proporcionar a ela a vida mais feliz e segura que pudermos. Hoje ela depende de nós 100% do tempo, tudo o que faz precisa de ajuda ou companhia, temos que nos dedicar durante todo o tempo a ela, e isso muitas vezes nos anula.

Estamos feliz com o que essa anulação representa hoje, e sim foi nossa escolha e ainda é. Amamos os momentos com nossa bebê e amamos nos dedicar para fazê-la uma criança feliz. Mas e aí, quando tudo isso diminuir, quando ela passar algumas horas assistindo TV sozinha ou brincando no quarto, quando ela conseguir tomar banho sozinha, ou até mesmo comer, quando nós pudermos novamente escolher o que ver na TV ou simplesmente ir a um churrasco com os amigos sem precisar ficar no playground a festa toda, quando ela for mais independente e nós recuperarmos o tempo para nós mesmos, teremos outro? Vamos começar tudo de novo? Será que vamos querer nos desafiar dessa forma mais uma vez?

Hoje realmente não sei responder. Nossa rotina de trabalho e de vida não nos permite pensar em ter outro filho hoje. Alice supre todas as nossas necessidades de pais, e todo o nosso tempo. Mas estão sempre me dizendo que daqui a pouco a gente esquece toda essa dificuldade e vamos querer outro filho loucamente. Espero, de coração, que esse dia chegue. E se assim tiver que ser, assim será. E se um dia o amor que temos dentro da gente não couber mais em nós três, a gente multiplica e faz mais um bebezinho.

E você? O que quer?

Fonte: http://brasil.babycenter.com/a25006525/ser%C3%A1-que-%C3%A9-hora-de-ter-outro-filho#ixzz3BPOOYUms

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Quando nem tudo sai como planejado - depoimento de uma mãe

Gostaria de compartilhar um pouco da minha experiência e das dificuldades enfrentadas desde o nascimento de minha pequena, hoje com um ano e três meses. Quase tudo o que vivi fugiu muito do considerado "ideal" ou do "padrão", mas apesar de tudo posso dizer que hoje minha filha é uma menina forte, cheia de pique e de saúde, com desenvolvimento, estatura e peso dentro da normalidade, e que nós, mães, acabamos dando um jeito mesmo quando as coisas parecem começar a sair dos eixos. É uma mistura de instinto, dedicação e amor extremos, que nos fazem lutar e superar as dificuldades em nome dos nossos anjinhos, tão frágeis e dependentes de nossos cuidados.

Tive uma gestação extremamente tranquila! Apesar de ser bem gordinha (próxima dos 3 dígitos, manequim 50/52) e ter ficado muito preocupada que isso pudesse trazer transtornos, posso afirmar que durante a gestação toda nem parecia que estava gravida, só percebia por causa dos chutes e do tamanho da barriga, risos. Cuidei direitinho da alimentação, engordei apenas 7 quilos e minha bebê nasceu linda e maravilhosa na 40a semana por cesariana, com 48cm e 3.245kg! Ebaaa! Lindo e maravilhoso! Nem tanto.

baby 1 Fonte: Acervo Pessoal.

Desde o início, tive muita dificuldade com a amamentação (jamais achei que teria, pois tinha um "porte" bem avantajado, risos), mas minha filha perdeu quase 15% do peso nos primeiros dias de nascimento, ultrapassando o que os pediatras consideravam " aceitável", motivo pelo qual muito precocemente foi necessária a introdução de complemento (NAN).

A minha filha chorava quase o dia todo, e ouvir da pediatra a frase "sua filha chora de fome!!" foi como uma punhalada para mim, que a desejei tanto e queria tanto amamentar. Cheguei a usar medicamentos como o hormônio ocitocina e Equilid, sem sucesso. Ela tinha uma pega boa no seio, e até me machucava de tanta força que sugava... Mas o leite, inexplicavelmente, não descia em volume suficiente.

Baby 2 Fonte: Acervo Pessoal.

Em paralelo, descobrimos que ela sofria do tão temido refluxo (no caso dela era refluxo oculto, ou seja, ela não vomitava mas o leite subia e descia e machucava o esôfago), além de muitas cólicas. Isso gerou tremenda dificuldade com a alimentação dela, e eu acabei desistindo depois que tive uma séria infecção e precisei usar antibióticos. Eu ordenhava e jogava fora, para o pouco leite que eu tinha não secar, mas a verdade é que talvez não tenha tido um bom aconselhamento na época pra continuar tentando, e perto dos 3 meses o aleitamento materno cessou.

Baby 3 Fonte: Acervo Pessoal.

Mesmo com o leite artificial, ela nunca foi uma boa mamadora, tomava uns golinhos e logo virava o rosto. Nisso testamos vários leites, várias mamadeiras e ela sempre tendendo a ser uma bebê de baixo peso. Oferecia praticamente de hora em hora. Seguindo conselho da pediatra, fiz o teste de "deixar passar fome" pra ver se ela iria tomar com vontade, mas depois de 16h de jejum, adivinhem? Tomou 30 ml e rejeitou. Foi então que a pediatra disse foi: "é, você vai ter que ter paciência e dar um jeito". Bom, né? Tudo que uma mãe de primeira viagem, que nunca cuidou de primos ou sobrinhos precisava ouvir!
Me sentia um lixo de mãe por não conseguir suprir minha filha com todos os anticorpos e nutrientes de que precisava, entrei em uma séria depressão e a alimentação dela passou a ser uma neura pra mim.

Para piorar as coisas, aos 5 meses, ainda com refluxo, mesmo com medicação receitada pelo gastropediatra dela, ela resolveu rejeitar de vez a mamadeira, e me vi alimentando a minha bebê de colherinha, de ml em ml. Muito sofrimento!

Baby 4 Fonte: Acervo Pessoal.

Com 6 meses a pequena foi pra escolinha, mas como podem imaginar, a alimentação dela era terrível e ela logo perdeu peso e atingiu o percentil 10 (isto é, em cada 100 crianças da mesma idade, 90 pesavam mais que ela), então tirei férias por um mês, meu marido tirou na sequência e depois disso ela acabou não voltando mais para a escola (nesse ponto acho que vocês imaginam como estava minha depressão e ansiedade...

Com a introdução das papinhas de fruta e papinhas salgadas ( por volta dos 6 meses) a coisa foi melhorando um pouco, e descobrimos que ela, além do refluxo, (pasmem) simplesmente não gostava (e ainda não gosta) do sabor do leite! Continuávamos a tentar várias marcas, e até hoje o único que tem uma aceitação mínima é o tipo A de garrafa. Iogurte? Danoninho? Danete? Leite com fruta? Ela simplesmente recusava tudo!! Chegamos a pensar em alergia à proteína do leite de vaca, intolerância à lactose, tudo descartado.

Baby 5 Fonte: Acervo Pessoal.

E assim minha casa virou um laboratório para testar mil e uma combinações para tornar o leite sem gosto de leite, risos.

Com o tempo, notamos que ela tem uma preferência por alimentos salgados (diferentemente da maioria de nós), e desde a primeira papinha de legumes,ela comeu vorazmente. Comecei então a acrescentar leite nos purezinhos salgados que ela comia, colocar requeijão depois dos 9 meses no sopão dela, para assim minimizar o problema que a carência de cálcio poderia trazer.

Baby 6 Fonte: Acervo Pessoal.

Hoje posso dizer que conseguimos vencer a fase mais crítica em relação à não aceitação do leite na dieta. No decorrer das semanas, consegui introduzir alguns mingaus (salgadinhos, tipo molho branco), ou leeeeeeeevemente doces e com baunilha, (mas sem nada de Chocolate, ou daquele pó com sabor morango, ou daqueles mingaus de caixinha), pra camuflar o sabor. Nesse processo cheguei até a colocar uns grãozinhos de café solúvel no mingau, e ela adorou. A pediatra, a cada visita, me dizia: "não é o ideal, mas em certos casos precisamos esquecer o ideal e fazer o viável, e se esse é o jeito que ela aceita o leite, que assim seja, pois até os 2 anos sem leite ela não pode ficar". E assim ela foi, aos trancos e barrancos, timidamente, crescendo e recuperando o peso.

Hoje tenho certeza que se não fosse minha dedicação 24h por dia, ela não teria voltado ao percentil 50 em peso e altura (hoje está com aprox. 80 cm e 10.500kg).

Ela continua usando os remédios para refluxo, e sua alimentação hoje, depois de muito esforço, é composta por: 3 refeições com cerca de 200ml de leite "disfarçado", com muito papo e paciência, 2 refeições "frutais" (suco, fruta raspada ou vitamina), e 2 refeições salgadas.

É uma menina atenta, amável, espertíssima, carismática, doce, que dorme muito bem, interage bastante com adultos e crianças, dança, faz caras e bocas e é a alegria da família. Graças a Deus.

Baby 7

Sabe porque resolvi contar tudo isso? Para dizer que muita gente, seja da família ou não, sempre comenta MIL coisas, comparando seu filho com outros bebês, em todos os aspectos ( peso, altura, desenvolvimento no geral), o tempo todo, criticam, implicam, mas na hora H, de receber uma sugestão, uma solução, uma colaboração, pouquíssima é a ajuda real, e é preciso muita paciência, criatividade, amor e dedicação para que as coisas não saiam do controle. Se você tem um bebê padrão, ótimo!!! Mas digo às mães que vivem situações atípicas como eu: para tudo dá-se um jeito! E não liguem para críticas ou comparações maldosas, pois cada bebê é único!

Como disse em uma outra ocasião para as meninas, é por este motivo também que acho esse blog muito legal! Blogs como este podem auxiliar muitas mães, não por fornecer um "protocolo" do que é certo ou errado, mas por mostrar a experiência de diferentes mães que tiveram histórias bem diferentes (desde o tipo de parto até a questão da amamentação, por exemplo), demonstrando que há diferentes formas de "fazer certo" e de criar nossos bebês saudáveis e felizes.

Gostaria de fazer um apelo a todas as futuras mamães e mamães recentes, pois este foi um grande erro meu (que não cometerei com meu próximo baby, que está a caminho): nunca desistam da amamentação, por menos leite que tenham e por mais que o bebê ache a mamadeira de complemento bem mais "fácil". Sei lá, no meu íntimo acho que se eu tivesse insistido mais, as coisas teriam sido mais fáceis, a repulsa pelo leite provavelmente não seria tão grande (já que amamentar é muito mais do que alimentar e ela acabaria mamando mais pelo aconchego do que pela apreciação do sabor do leite).
Infelizmente não posso voltar atrás e tenho, dia após dia, feito o meu máximo. E fico muito feliz com a oportunidade de escrever este post, compartilhando minha experiência com mães que podem estar vivendo algo semelhante e podem pensar melhor sobre como vencer desafios como estes.

Por fim: acreditem na capacidade e no instinto de vocês pois, por mais que sempre muita gente fale muita coisa, ninguém no mundo fará melhor do que você!

Beijos a todos!
C. M.